Impor limites aos filhos sempre foi uma dura tarefa. Mas, é notável que, atualmente, isso tem se tornado cada vez mais difícil, frente a uma sociedade de consumo que toma a infância como engodo para suas imposições.
Assim, vemos instalada uma crise de legitimidade do NÃO. Ao invés de limites há uma demanda por oportunidades ilimitadas!
Diante da necessidade em impor limites, vem a culpa por se pensar que, ao dizer NÃO aos filhos, os mesmos poderiam se tornar sujeitos limitados em seu desenvolvimento ou até mesmo de ficarem traumatizados.
É como se, ao impor limites às crianças, estivéssemos indo na contramão do cuidado e do amor.
É intrínseco à criança estar entregue à própria voracidade de querer tudo e um pouco mais!
Caberá aos seus cuidadores ajudá-la na regulação dessa demanda por satisfação sem fim, algo que ela não será capaz de fazer sozinha. Sem esses contornos uma criança não terá a possibilidade de criar mecanismos para lidar com a insatisfação, que é própria do humano!
Deixemos de lado a culpa nos momentos em que se faz necessário dizer NÃO. O limite imposto pelos pais vem da vertente do amor dos mesmos pelos filhos, o que não podemos esperar, enquanto garantia, do mundo.
O limite colocado com firmeza e respeito não está ao lado da violência, mas sim do cuidado e do amor!